ESTUDO SOBRE A CEIA DO SENHOR



ESTUDO SOBRE A CEIA DO SENHOR

(Mateus 26:26-29) E (1 Coríntios 11:17-34)


Faremos um estudo sobre a Santa ceia do Senhor, acompanhem em suas bíblias pois o estudo é feito versículo por versículo.



A primeira ceia do Senhor (Mateus 26:26-29).


Em João 13:30 aprendemos que logo que Judas recebeu o pedaço de pão, ele saiu, e era noite. Concluímos, então, que ele não estava presente quando a ceia do Senhor fora instituída (Apesar de haver bastante desentendimento nesse ponto).


Mateus 26:26 – Depois  de observar a última Páscoa, o Salvador instituiu o que conhecemos como “ceia do Senhor”. Os elementos essenciais já estavam na mesa como parte da refeição pascal; Jesus deu a eles um sentido novo. Primeiramente ele tomou um pão, e abençoando-o, o partiu. Enquanto ele deu aos discípulos, ele disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo. Uma vez que seu corpo não fora dado na cruz ainda, é claro que ele falava figurativamente, usando o pão para simbolizar o corpo.


Mateus 26:27-28 – A mesma verdade ocorre em relação ao cálice; o recipiente é usado para expressar o que contém. O cálice continha o fruto da vide, que por sua vez era um símbolo do sangue da nova aliança. A nova aliança da graça, sem restrições, seria ratificada pelo seu precioso sangue derramado por muitos para a remissão dos pecados. Seu sangue era suficiente para providenciar perdão para todos. Mas aqui foi derramado por muitos, sendo eficaz para remir os pecados apenas dos que creem.


Mateus 26:29 – O Salvador assim avisou seus discípulos de que ele não beberia do fruto da videira com eles até que ele voltasse para reinar na terra. Assim, o vinho teria um novo significado; falaria do deleite e da bem aventurança do reino do seu Pai.

A pergunta é feita, às vezes, se deveríamos usar pão com fermento ou sem fermento, vinho fermentado ou sem fermentação para a ceia do Senhor. Há pouca dúvida de que o Senhor usou pão sem fermento e vinho fermentado (todo vinho naqueles dias eram fermentados). Os que argumentam que pão com fermento estraga o tipo (fermento é um quadro do pecado) deveriam reconhecer que o mesmo é verdade da fermentação. É uma tragédia quando nos tornamos tão ocupados com os componentes a ponto de falharmos em ver o próprio Senhor. Paulo enfatizou que é o sentido espiritual do pão, não o pão mesmo que vale. “Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebramos a festa não como o velho fermento, nem como o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1Co 5:7-8). Não é o fermento no pão que tem valor, mas o fermento da nossa vida.


Sobre a ceia do Senhor (1 Co 11:17-34)


1 Coríntios 11:17 – O apóstolo repreende os coríntios por haver divisões entre eles quando se reuniam (v. 17-19). Observe a repetição da expressão “quando vos reunis” ou termos semelhantes (11:17-18, 20, 33-34). Em 11:2, Paulo encontrou motivos para louvá-los por guardarem as tradições que ele lhes havia transmitido. Na questão sobre a qual tratará a seguir, porém, não tem como louvá-los. Quando se ajuntam para as reuniões públicas, fazem-no não para melhor, e sim para pior. Suas palavras são uma lembrança solene para todos nós de que é possível sair de reuniões da igreja prejudicados, e não edificados.


1 Coríntios 11:18 – A primeira causa da repreensão é da existência de divisões ou cismas. Isso não significa que os partidos se haviam separado da igreja ou formado outras congregações, mas que havia panelinhas ou facções dentro da congregação. Um cisma é um partido dentro do grupo maior, enquanto uma seita é um partido externo e distinto do grupo em questão. Paulo deu crédito às notícias que recebeu, pois sabia que os coríntios se encontravam em estado carnal e já os havia repreendido por divisões em partes anteriores dessa espístola.


F.B Hole comenta:

                “Paulo estava disposto a dar crédito pelo menos parcial aos relatos de divisões em Corinto, pois sabia que, em virtude de seu estado carnal, era presumível que houvesse facções opiniciosas em seu maio. Aqui, Paulo desenvolve seu raciocínio com base nos atos desses cristãos. Ciente de eram carnais e andavam como homens, o apóstolo não se surpreendeu que tivessem sido vitimados pelas tendências inveteradas da mente humana que pode formar opiniões firmes que geram cismas e divisões. Sabia, ainda, que Deus poderia prevalecer sobre tal insensatez e usá-la para mostrar claramente aqueles que eram aprovados por ele e andavam segundo o Espírito, e não como homens, e, consequentemente, evitavam todo tipo de dissensão”.


1 Coríntios 11:19 – Paulo anteviu que os cismas iniciados em Corinto aumentariam e se tornariam mais graves. Em termos gerais, prejudicariam a igreja, mas trariam um benefício: aqueles que eram verdadeiramente aprovados por Deus se tornariam conhecidos no meio dos coríntios. Quando diz nesse versículo “Até mesmo importa que haja partidos entre vós”, Paulo não afirma que se trata de uma necessidade moral. Deus não faz vistas grossas a divisões. Antes, Paulo afirma que o surgimento de facções era consequência inevitável da condição carnal dos coríntios. As divisões comprovavam que alguns dos membros da congregação não discerniam a mente do Senhor.


1 Coríntios 11:20 – A segunda repreensão diz respeito aos abusos associados à ceia do Senhor. A conduta dos cristãos ao se reunirem para celebrar a ceia do Senhor era tão deplorável que Paulo afirma a impossibilidade de eles se lembrarem do Senhor do modo que ele havia determinado. Eles podiam realizar os rituais exteriores, mas sua atitude impedia a lembrança verdadeira do Senhor.


1 Coríntios 11:21 – Os membros da igreja primitiva celebravam o “ágape” ou refeição do amor juntamente com a ceia do Senhor. Era uma refeição comunitária da qual todos participavam em espírito de amor e comunhão. No final do ágape, os cristãos lembravam o Senhor por meio do pão e do vinho. Em pouco tempo, contudo, esse costume começou a sofrer a infiltração de abusos. Esse versículo indica, por exemplo, que as refeições perderam seu verdadeiro significado. Além de os membros da congregação não esperarem uns pelos outros, os irmãos ricos humilhavam os mais pobres ao preparar banquetes suntuosos e não convidá-los a participar. Alguns tinham fome enquanto outros estavam embriagados! Uma vez que a ceia costumava ser realizada depois do ágape, ainda estavam bêbados quando participavam da mesa do Senhor.


1 Coríntios 11:22 – O apóstolo repreende com indignação essa conduta vergonhosa. Se insistiam em se portar de modo tão indecoroso, deveriam pelo menos demonstrar reverência ao evitar fazê-lo nas reuniões da igreja. A intemperança durante as refeições de comunhão e a humilhação dos irmãos mais pobres é inteiramente incoerente com a fé cristã. Paulo não pode, absolutamente, louvar os santos por agirem desse modo, e sua recusa em louvá-los corresponde a uma condenação enérgica.


1 Coríntios 11:23 – A fim de demonstrar o contraste entre a conduta deles e o verdadeiro significado da ceia do Senhor, o apóstolo volta à instituição original da ceia. Mostra que não é uma refeição ou banquete comunitário, mas um sacramento solene do Senhor. Paulo recebeu conhecimento acerca desse assunto diretamente do Senhor e menciona o fato para demonstrar que qualquer violação constituiria um ato de desobediência. O apóstolo ensina, portanto, aquilo que recebeu por revelação.

                Em primeiro lugar, menciona como o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão. A tradução literal é “Enquanto estava sendo traído”. Enquanto o plano sórdido para entregá-lo se desenrolava, o Senhor Jesus se reuniu com os discípulos no cenáculo e tomou o pão.

                O fato de Jesus ter instituído a ceia à noite não significa que ela deve ser celebrada somente no final do dia. Enquanto nós começamos a contar o dia a partir do nascer do sol, no calendário judaico da época o pôr do sol indicava o início de um novo dia. Convém observar, ainda, que há uma diferença entre os exemplos apostólicos e os preceitos apostólicos. Não temos a obrigação de fazer tudo o que os apóstolos fizeram, mas, sem dúvida, devemos cumprir tudo o que ensinaram.


1 Coríntios 11:24 – O Senhor Jesus tomou o pão e, antes de tudo, deu graças por ele. Uma vez que o pão representava seu corpo, na verdade Jesus agradeceu a Deus por lhe ter dado um corpo humano a fim de que ele pudesse vir e morrer pelos pecados do mundo.

                Ao declarar “Isto é o meu corpo”, o Salvador quis dizer que o pão se torna, de fato seu corpo? O Dogma católico da transubstanciação assevera que o pão e o vinho são transformados literalmente em corpo e sangue de Cristo. A doutrina luterana da consubstanciação ensina que o verdadeiro corpo e sangue de Cristo se encontram presentes nos elementos da ceia, com eles e sob eles.

                Em resposta a esses pontos de vistas, deve ser suficiente lembrar que, quando o Senhor Jesus instituiu o memorial da ceia, seu corpo ainda não havia sido entregue e seu sangue ainda não havia sido derramado. Quando Jesus afirmou “Isto é o meu corpo”, quis dizer: “Isto simboliza o meu corpo” ou “Isto é uma imagem do meu corpo dado por vós”. Comer o pão é lembrar Cristo em sua morte expiatória por nós. A expressão “em memória de mim”, usada pelo Senhor, é de tom inexprimivelmente terno.


1 Coríntios 11:25 – Por semelhante modo, depois de haver ceado, o Senhor Jesus, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança do meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”. A ceia do Senhor foi instituída logo depois da refeição pascal. Por isso, lemos que Jesus tomou o cálice depois de haver ceado. Ao fazê-lo, declarou que o cálice era a nova aliança no seu sangue. Trata-se de uma referência à aliança que Deus prometeu à nação de Israel em Jeremias 31:31-34. É uma promessa incondicional segundo a qual Deus concordou em usar de misericórdia para com eles e não se lembrar de seus pecados e iniquidades.  Os termos da nova aliança também são descritos em Hebreus 8:10-12. A aliança continua a vigorar, mas a incredulidade de Israel como nação a impede de desfrutá-la. Todos que creem no Senhor Jesus recebem os benefícios prometidos. Quando o povo de Israel se voltar para o Senhor, também desfrutará as bênçãos da nova aliança, um acontecimento que ocorrerá no reino milenar de Cristo na terra. A nova aliança foi ratificada pelo sangue de Cristo. Daí ele descrever o cálice como nova aliança no seu sangue. O alicerce da nova aliança foi lançado na cruz.


1 Coríntios 11:26 – Este versículo trata da frequência com que a ceia do Senhor deve ser realizada. Porque, todas as vezes que comerdes [...] e beberdes. Não encontramos aqui nenhuma regra legalista, tampouco numa data específica. De acordo com Atos 20:7, o costume dos discípulos era reunir-se no primeiro dia da semana para lembrar o Senhor. A expressão até que ele venha deixa claro que essa prática não foi instituída apenas para a igreja primitiva. Como Godet ressalta com bastante propriedade, a ceia do Senhor é “o elo que liga as duas vindas como monumento da primeira e penhor da segunda”.

                Em todas essas instruções acerca da ceia do Senhor, chama a atenção a ausência  de qualquer referência a ministros ou sacerdotes oficiantes. Trata-se de um simples culto memorial a ser observado por todo o povo de Deus. Os santos se reúnem simplesmente como cristãos-sacerdotes para proclamar, desse modo, a morte do Senhor Jesus, até que ele venha.


1 Coríntios 11:27 – Depois de abordar a origem e o propósito da ceia do Senhor, o apóstolo focaliza agora para as consequências de participar indevidamente. Quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Nenhum de nós é digno de participar dessa ceia solene. Nesse sentido todos nós somos indignos da misericórdia ou bondade do Senhor para conosco. Aqui, porém, o apóstolo não fala da nossa indignidade pessoal. Uma vez purificados pelo sangue de Cristo, podemos aproximar-nos de Deus com toda a dignidade de seu Filho amado. Nessa passagem, Paulo trata da conduta vergonhosa que caracterizava as reuniões dos coríntios para celebrar a ceia do Senhor. Eles eram culpados de participar da ceia com um comportamento descuidado e irreverente. Quem age desse modo se torna réu do corpo e do sangue do Senhor.


1 Coríntios 11:28 – Não devemos aproximar-nos da mesa do Senhor sob julgamento. É preciso confessar e abandonar o pecado, fazer reparação, pedir perdão àqueles que ofendemos. Em termos gerais, devemos certificar-nos de que o estado da nossa alma é apropriado.


1 Coríntios 11:29 – Comer e beber sem discernir o corpo do Senhor é trazer juízo para si. Devemos estar cientes de que o corpo do Senhor foi entregue a fim de que nossos pecados pudessem ser eliminados. Se continuarmos a viver em pecado e, ao mesmo tempo, participarmos da ceia do Senhor, estaremos vivendo em falsidade. F.G. Patterson escreve “Quando participamos da ceia do Senhor sem julgar o pecado em nós, não discernimos o corpo do Senhor que foi partido a fim de dar cabo do pecado”.


1 Coríntios 11:30 – Como resultado da falta de julgamento próprio, alguns dos membros da igreja de Corinto sofreram o julgamento disciplinador de Deus. Muitos estavam fracos e doentes e não poucos dormiam. Em outras palavras, alguns foram acometidos por males físicos e outros foram levados para o lar celeste. Uma vez que não julgaram o pecado em sua vida, o Senhor teve de tomar mediadas disciplinares.


1 Coríntios 11:31 – Em contrapartida, se julgarmos a nós mesmos, não precisaremos ser disciplinados.


1 Coríntios 11:32 – Deus nos trata como seus filhos. Ama-nos demais para permitir que continuemos pecando. Mais de depressa, sentimos o cajado do pastor em nosso pescoço puxando-nos de volta para o Senhor. Alguém disse que “alguns santos podem ser dignos (em Cristo) de ir para o céu, mas não são dignos de permanecer na terra como testemunhas”.


1 Coríntios 11:33 – Quando os cristãos se reúnem para o ágape, ou refeição de comunhão, devem esperar uns pelos outros, e não se portar de modo egoísta, sem nenhuma consideração por seus irmãos. “Esperai uns pelos outros” contrasta com “cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia” no versículo 21.


1 Coríntios 11:34 – Se alguém tem fome, coma em casa. É importante observar que, por ser associado à mesa do Senhor, o ágape não devia ser considerado uma refeição comum. Quem desconsiderasse seu caráter sagrado, se reuniria para o juízo.

                Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando for ter convosco. Sem dúvida, os coríntios haviam mencionado outras questões secundárias em sua carta ao apóstolo. Paulo lhes garante que tratará delas pessoalmente quando visitá-los.


 Conclusão


Quem tem o direito de tomar a Ceia do Senhor? A Ceia do Senhor é um ato espiritual partilhado pelo Senhor com aqueles que estão em fraternidade com ele. Jesus não ofereceu o pão e o cálice a todos, mas aos seus discípulos (Mateus 26:26). Aqueles que estão servindo ao Diabo não têm o direito de partilhar desta refeição com o Senhor (1 Coríntios 10:16-22). João conta-nos que somos aptos a participar com Deus na comunhão espiritual somente se andarmos na luz do seu caminho:

"Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1:5-7).

 Somente aqueles que já foram batizados para a remissão dos pecados para entrar no corpo de Cristo devem participar da Ceia do Senhor (Atos 2:38; Gálatas 3:26-28).


O que significa participar "indignamente"? Cada um que participa da Ceia do Senhor deverá examinar-se para estar certo de que está participando de maneira correta, discernindo o verdadeiro significado do memorial. 

"Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim, coma do pão e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si" (1 Coríntios 11:27-29).

A palavra "indignamente" é frequentemente mal entendida. Ela não descreve a dignidade da pessoa (ninguém é verdadeiramente digno de comunhão com Cristo). Esta palavra descreve o modo de participar. A pessoa que não leva a sério esta comemoração está brincando com o sacrifício de Cristo e está se condenando por não discernir o corpo de Cristo. Por esta razão, devemos ser muito cuidadosos cada vez que participarmos da Ceia do Senhor. É imperativo que esqueçamos as preocupações mundanas e prestemos atenção exclusivamente à morte de Cristo. Se tratarmos a Ceia do Senhor como um mero ritual, ou se a tomarmos levianamente e deixarmos de meditar no seu significado, condenamo-nos diante de Deus.


A Ceia do Senhor: Passado, Presente e Futuro.


Os discípulos de Cristo são privilegiados ao participarem com ele todas as semanas da Ceia do Senhor. Deste modo, ligamos o passado, o presente e o futuro.

Passado: Olhamos para trás, para o sacrifício que Jesus fez na cruz. Entendemos isto como sendo o fundamento e o centro de nossa salvação.

Presente: Quando meditamos no terrível preço que Jesus pagou para nos redimir de nosso pecado, nossa decisão de resistir à tentação é fortalecida.

Futuro: Entendemos que a morte de Jesus é a base de nossa esperança, e assim proclamamos nossa fé nele quando olhamos em frente para a volta do Senhor e para nossa salvação eterna.

Não podemos esquecer nunca o dia negro no Calvário em que Jesus deu sua vida para salvar as nossas.



Motivados por Jesus

É necessário que Ele cresça e que eu diminua. (João 3:30)

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