O que é Depressão?
A depressão é um
distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No
sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima,
que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o
acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento
adequado.
Ao contrário do que normalmente se
pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não
causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse
pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é
genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é
estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas
no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.
Fique alerta com as principais causas da depressão.
A depressão não tem hora nem lugar para aparecer.
Pode surgir em qualquer pessoa independente do sexo, idade, condição social ou
econômica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2030 a depressão
será a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro
problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.
Porém,
apesar disso, já é sabido pela ciência que alguns fatores podem facilitar o
aparecimento dessa patologia. Veja aqui os gatilhos mais comuns da depressão e
saiba evita-los ou trata-los para fugir dessa doença.
Neurotransmissores alterados
Pessoas com taxas
muito alteradas de determinados neurotransmissores, como serotonina e
noradrenalina, tem mais chances de sofrer depressão. Segundo o psiquiatra do
Hospital Santa Cruz Edson Hirata, isso acontece justamente por que a doença se
desenvolve por conta da falta desses neurotransmissores, que são responsáveis
pela comunicação entre os neurônios na área do cérebro responsável pelas
emoções - o sistema límbico.
Quando uma pessoa nasce com esses neurotransmissores naturalmente baixos, o sistema límbico e sua percepção das emoções ficam comprometidos, podendo causar a depressão. "A queda destes neurotransmissores no sistema límbico é a base bioquímica da doença", afirma o especialista.
Quando uma pessoa nasce com esses neurotransmissores naturalmente baixos, o sistema límbico e sua percepção das emoções ficam comprometidos, podendo causar a depressão. "A queda destes neurotransmissores no sistema límbico é a base bioquímica da doença", afirma o especialista.
Fatores genéticos
"A genética tem forte influência no
desenvolvimento da depressão", conta o psiquiatra Edson Hirata. Estudos
mostram que se um dos pais tem depressão o risco do filho sofrer dessa doença é
três vezes maior. "Se ambos os pais tem depressão, o risco do filho
desenvolver depressão é de 75%", completa.
Isso
acontece por conta de alguma alteração genética que torna a pessoa mais
vulnerável a eventos estressantes, que causam uma queda dos níveis de
serotonina. Ainda estão sendo desenvolvidas pesquisas para encontrar algum gene
específico responsável pelo aparecimento da depressão.
Mulheres
sofrem mais
As
mulheres têm o dobro de chance de vir a desenvolver o distúrbio, isso por conta
da instabilidade hormonal a que estão sujeitas. Além disso, as mulheres estão mais
sujeitas à ocorrência de eventos estressantes, como o parto.
Atenção aos idosos
É
fato que a idade não é um fator determinante para o aparecimento da depressão,
porém, estudos comprovam que a incidência da doença é maior entre a população
idosa. De acordo com o psiquiatra Edson Hirata, "o fato de idosos terem
mais doenças físicas, usarem mais medicamentos e frequentemente ficarem mais
isolados socialmente aumenta o risco de depressão nesta faixa etária".
Por isso, fique atento aos seus
parentes com idade mais avançada, principalmente àqueles que moram sozinhos.
Doenças crônicas
Vivenciar
um estresse constante, sofrer com dores,
debilitação ou incapacitação física, medo de morrer e alterações no estilo de
vida são alguns dor problemas que um portador de doença crônica sofre. Quem não
ficaria depressivo com tantas complicações?
"Além disso, alguns medicamentos usados para doenças crônicas, como o câncer, podem favorecer surgimento de sintomas da depressão", alerta o psiquiatra Edson Hirata.
Porém, se por um lado a doença crônica aumenta o risco de depressão, a depressão também aumenta o risco de doenças físicas. "Por exemplo, quem tem depressão corre o dobro do risco de desenvolver doença coronariana e infarto do miocárdio, em comparação com pessoas que nunca tiveram a doença".
Vale lembrar que o risco de mortalidade em pacientes com câncer ou doença cardíaca aumenta muito se o paciente desenvolve depressão. Por isso existe uma série de iniciativas em hospitais para tornar a estadia do paciente o mais agradável possível.
Traumas
Situações
traumatizantes como sequestros, abuso sexual e violência são pontos chave para
o surgimento da depressão, principalmente em pessoas que tenham antecedentes
familiares da doença.
"É importante apontar que pesquisas recentes mostraram que crianças vítimas de violência e abuso sexual têm risco aumentado de desenvolver depressão quando se tornam adultas", diz o psiquiatra Edson Hirata. Porém, vale lembrar que esse tipo de evento pode acontecer em qualquer momento da vida. Por isso é importante o acompanhamento médico na fase pós-traumática, a fim de que ele oriente a vítima e evite o desenvolvimento dessa patologia.
Eventos
estressantes
Qualquer
tipo de evento estressante, seja bom ou ruim, pode desencadear depressão. Desde
muita pressão no trabalho, até organizar um casamento, passando por problemas
familiares, estresse com os estudos, divórcios e gravidez.
Lembrando que nesses casos a incidência também é maior em pessoas que tenham
parentes próximos com depressão.
Medicamentos e seus efeitos colaterais
"Inúmeros
medicamentos podem levar a depressão" afirma o psiquiatra Edson Hirata. De
acordo com ele, merecem destaque os medicamentos para emagrecer como
anfepramona, fenproporex e os derivados de anfetamina.
Por isto o médico deve perguntar sobre histórico de depressão da família ou qualquer outro fator de risco antes de receitar um medicamento com esse tipo de efeito colateral.
Abuso de álcool e outras drogas
O
consumo de álcool e outras drogas como maconha ou cocaína são
importantes gatilhos para depressão. De acordo com o psiquiatra Edson Hirata,
essas drogas levam a uma sensação de euforia por conta descarga de
neurotransmissores como dopamina, serotonina e noradrenalina. Após algumas
horas, quando o efeito das drogas diminui, nosso organismo sofre uma queda
brusca dessas substâncias, o que explica porque a pessoa sente uma profunda
tristeza após o uso de drogas.
"Além disso, usar essas drogas piora o
quadro depressivo e a resposta ao tratamento da depressão", completa o
psiquiatra.
Sintomas de Depressão
São sintomas de depressão:
- Humor depressivo
ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
- Desânimo,
cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
- Diminuição ou
incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente
consideradas agradáveis;
- Desinteresse
falta de motivação e apatia;
- Falta de vontade
e indecisão;
- Sentimentos de
medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
- Pessimismo,
ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação
de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou
morte.;
- A pessoa pode
desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio;
- Interpretação
distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva,
um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo;
- Dificuldade de
concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
- Diminuição do
desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação
prazerosa habitual) e da libido;
- Perda ou aumento
do apetite e do peso;
- Insônia
(dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de
sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas
antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono
(dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);
- Dores e outros
sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de
barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na
nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou
de pressão no peito, entre outros.;
Tratamento de Depressão
O
tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30
antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações
não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é
simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.
Alguns pacientes precisam de
tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira,
para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia
ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.
A
técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a
sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o
que diminui o impacto provocado pelo estresse.
Procure
sempre a ajuda de um médico especialista, não se automedique e tenha em mente
que é uma doença que tem cura.
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